terça-feira, 19 de julho de 2011

Eu espero, tu esperas, ele passa...


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Esperar, esperar, esperança, espera. Enquanto o tempo passa, embora não pareça. Enquanto a vida voa, embora não passe... Embora você se foi, enquanto eu fico esperando todo esse tempo, essa vida e mais a próxima se preciso for. Não quero admitir que sofro. É tão mais fácil esconder-se. Tantos afetos, tantos  apegos. Na verdade são tantas mentiras. Na verdade só se ama uma vez na vida, e a minha vez já foi. E tudo que podia ser já foi. Não! Será! Ainda será! Esperar, esperança, te espero... Te a... Silêncio. O silêncio que grita as palavras que já conhecemos, vivemos, sorrimos, existem intactas. Intacta, existo, sorrio, vivo, conheço as palavras que grito em silêncio. Ouve? Diga que sim. Responda com o seu mais longo silêncio. Aquele que era quebrado com um beijo, dois beijos, beijos, beijos... Até que retornasse mais longo e assustador, a fim de tornar mais longo o intervalo de beijos. Intermináveis, infindos. Sente? Lembra-se?  Outra vez apego-me as malditas lembranças. Ilusão de um presente vago, diria inexistente. Ora, espero... Esperança. A última que morre, a única que morro.


- Mareu Ruggeri Ayres

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