quarta-feira, 25 de abril de 2012




Semana passada ouvi falar que você está saindo com aquela vizinha gostosa que você tem e que meus amigos já pegaram e falaram que é ótima de cama. Talvez é disso que você precise, não tô falando de uma alguém boa de cama, ou uma vizinha gostosa. Tô falando de alguém mais fácil de lidar e de abrir as pernas. Alguém que não pergunte tanto, alguém que alguns dos teus amigos tenha pegado e possa contar as experiências e do que ela não gosta. Uma gostosa pra você sair exibindo por ai como se fosse um troféu e pra quando passar por mim poder esfregar na minha cara: “tô comendo a gostosa aqui”. E eu posso me gabar do que? Continuo péssima em matemática, ainda não sei tocar violão assim como não sei como tocar minha vida pra frente e dar um rumo nela. Continuo péssima em continuar dietas e acho até que ganhei um peso. Não terminei de ler um livro por pura falta de vontade de entender como decifrar as pessoas e os personagens. Eu gosto do eterno mistério das coisas e das pessoas, não quero as entender pois tenho medo de depois de começar a entender tudo, tudo se tornar sem graça. Enquanto você tá com a gostosa, eu to com a gostosa da solidão aqui, me puxando pro abismo. Enquanto você à leva pras festas agitadas no centro da cidade, eu me sinto agitada por dentro, uma agitação que parece mais uma eterna desordem. Enquanto ela te beija, te abraça e te toca, eu lembro, relembro e me surpreendo com o passado. Enquanto ela te faz aprender a gostar das músicas que você odeia, eu escuto as que você me ensinou a gostar… Mas enquanto ela tá com você na cama, você tá comigo no coração.

 Mariana Rangel

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