quinta-feira, 27 de setembro de 2012



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Desistir no “não sei”. Insistir que “não sei não é resposta”. Calar na dúvida e me encolher na impotência de mudar destinos. Ir embora nas ocasiões onde o coração aperta, a garganta engasga e o corpo todo sente a dor que não se vê. Há livros, filmes e músicas sobre amores que não deram certo. As histórias que eu li, os filmes em que chorei… Gosto da tortura, mesmo com medo da vida. Mas quando nos vi numa moldura de um quadro triste e na trilha sonora de um filme francês - logo, dramático -, eu chorei também. Não pela dúvida, pelo “não sei” ou pelos silêncios. Eu chorei por descobrir que o nosso quadro não fica bem assim, a história não segue, a profundidade não é enxergada. Chorei por ver no quadro o quão real pode ser a dor. E senti, sem me poupar, como a distância de um palmo e a de um oceano inteiro podem coincidir. Porque “não sei” não é resposta, e mesmo assim me submeti a sua dúvida. Esperei para escrever, para ver o dia nascendo com a enxaqueca sendo a minha ressaca, mas não estou mais tão sóbria como antes e muito menos de olhos fechados. Não coloque os meus pés no chão, pois eu sou capaz de ir andando para longe demais. Não me deixe num canto a sós com os ângulos tão retos, pois eu posso me cegar. Eu me encolho novamente para não ver o fim. A escrita despreza o nexo e eu nunca fiz sentido: nos damos bem até então. Não há sentido em ficar na dúvida, mas eu fico. Nunca soube desistir… Não me deixe esquecida na sua estante.

 - Camila Costa. 

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